Quintalhaça – Entrevistalhaça

maura_lifeEssa semana, o blog apresenta uma entrevista com uma mulher iluminada idealizadora da ONG Life que atua no Rio de Janeiro. Maura de Oliveira é a quem está por trás desse projeto social que inclui pessoas carentes na sociedade atráves da música,  cursos telecentros, realização de megacasamentos entre outros eventos. De ex-moradora de rua à coordenadora de projeto social, ela é um exemplo de amor ao próximo.

“A música foi a metodologia de forma intrínseca a gerar a cura das almas tristes destas pessoas”

A tradução do nome da ONG já expõe muito da sua proposta. Em que você pensou quando escolheu este título para a instituição que dirige?
Como você mesma disse, o nome da ONG significa vida. E é exatamente o que buscamos com o nosso trabalho. Dignificar os núcleos familiares de pessoas que estão à margem da sociedade. Buscamos integração e mudanças na vida deste público. O que fazemos é apresentar novas oportunidades, de maneira que possamos mobilizar pessoas a saírem do que eu chamo de sub-vida.

O primeiro projeto da ONG foi o Coral Meninos do Amanhã. Fale mais um pouco sobre esse trabalho. E por que esse início ter se dado com a música?
O projeto Coral Meninos do Amanhã é algo lindo! Antes mesmo da ONG Life desabrochar, em 1998, eu já realizava trabalhos sociais e acreditei que, ao iniciar este projeto, sua meta seria no ano de 2000 atingir a diminuição do índice de crianças de rua. Portanto, formamos a primeira turma do Coral, composta por 50 crianças oriundas das ruas de nossa cidade. Ela tinham entre 06 e 16 anos. A música foi a metodologia de forma intrínseca a gerar a cura das almas tristes destas pessoas. Associamos, em paralelo, a dança.

Quantas pessoas a ONG atende e qual a faixa etária deste público? Quais as regiões atendidas por ela?foto_life_projetos03
A ONG Life já atendeu até hoje mais de 10 mil beneficiários, com faixas etárias diversificadas, pois direciona seus trabalhos a crianças, jovens, adultos e terceira idade. Estendemos nosso trabalho por todo o Município do Rio de Janeiro, envolvendo comunidades menos favorecidas.

Em que consistem esses projetos de Megacasamento?
Acreditamos que a família é a base para uma vida mais estruturada e equilibrada. De maneira organizada, garante a sustentabilidade de uma casa da melhor maneira possível. Portanto, em 2002, apresentamos à Prefeitura do Rio este projeto de casamento coletivo, em que inserimos os casais na vida civil. O projeto foi aceito e hoje é implementado na cidade. Eu já tinha realizado com sucesso, em 1996, um casamento deste tipo, só que em São Paulo. O programa tornou-se decreto-lei. Já asseguramos um registro civil para muitos casais. E até o final do ano devemos proporcionar o casamento para mais 1.000 casais. Esse esforço proporciona inclusive um incentivo ao registro dos filhos. A proposta agora é que esses casamentos sejam divididos por regiões na cidade. Já temos mais de 3.000 casais à espera de novos casamentos.

fonte – http://www.goldeletra.org.br/secao.6.aspx?materia=41&sm=sm51

Marcelo Mendonça

Quintalhaça – Entrevistalhaça

Nesta semana, uma pessoa muito especial estará ocupando este espaço. Um homem que simboliza e vive a cada segundo o significado de um doutor palhaço. Este ser iluminado é ninguém mais, ninguém menos que Patch “Hunter” Adams:

“Amigos são  a melhor coisa do mundo!” (P. Adams)

 O filme O Amor É Contagioso mostra o senhor como um médico que se preocupa muito com os sentimentos dos pacientes. O senhor sempre foi assim?

PANem sempre. No fim da adolescência, não me preocupava com ninguém. Devido à morte de meu pai, ao suicídio de um tio muito querido e ao fim de um namoro, comecei a ficar obcecado pela idéia de morrer. Cheguei a tomar vinte aspirinas de uma só vez, tentei pular de um precipício. Até que um dia pedi a minha mãe que me internasse em um sanatório mental. Lá, conheci gente que estava tão pior que eu que fez minha dor parecer trivial. Eram pessoas que sempre viveram com raiva e desespero. Essa experiência me fez perceber quanto as emoções podem influenciar em nossa vida, seja de forma positiva ou negativa. A partir de então, comecei a dar mais importância aos sentimentos das pessoas.

Estudos mostram que emoções como o perdão, a alegria e a esperança podem acelerar o processo de cura. Mesmo assim, muitos médicos não se preocupam com isso. Por que eles são tão resistentes a essa idéia?

Os médicos tendem a esconder os sentimentos porque acham que ficarão vulneráveis se demonstrarem qualquer tipo de emoção. Antigamente existia o médico da família, que ia até a casa de seus pacientes, ouvia com atenção os problemas de cada um e conhecia cada integrante da família pelo nome. Hoje, o paciente é tratado como cliente de loja, que paga para obter o serviço. O amor passou a não ter espaço na área médica. Se o médico gasta tempo com amor, não tem retorno financeiro algum. Só ganha dinheiro se dá um remédio ao paciente ou faz alguma intervenção cirúrgica.

O senhor costuma dizer que é mais palhaço do que médico. Por quê?

Porque, como médico, só posso tratar os pacientes quando eles têm algum problema de saúde. Já como palhaço posso alegrar as pessoas em qualquer lugar e a qualquer hora, independentemente de estarem elas doentes ou não. Além disso, ser palhaço é mais divertido.

051022-PANos hospitais, é mais fácil fazer brincadeiras com crianças que com adultos?

Isso varia muito de um paciente para outro, mas em geral as crianças são mais fáceis de lidar, porque, diferentemente dos adultos, elas não param para pensar e refletir sobre o que fazemos. Apenas vivenciam a experiência.

Suas idéias, que não eram aceitas no passado, são divulgadas hoje na maioria dos livros de auto-ajuda. O senhor considera isso uma vitória?

A verdade é que não criei nada disso. Tudo o que digo já era falado ao longo dos séculos. Palavras de solidariedade, de conforto, conselhos a quem se ama sempre foram passados de mãe para filho, de avó para neto desde que o mundo é mundo. O fato é que as pessoas só começaram a se interessar mais por isso recentemente.

Entrevista original completa acesse:  http://veja.abril.uol.com.br/250204/entrevista.html

Marcelo Mendonça

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Entrevistalhaça da semana

Nesta quinta-feira, apresentamos uma entrevista com o fundador da Associação Viva e Deixe Viver, Valdir Cimilo, que fala um pouco sobre a Humanização Hospitalar

foto_capa1_1Como está o Brasil em humanização hospitalar?

Verificamos que Brasil está defasado no mínimo em vinte anos. Há vinte anos em outros países civilizados a preocupação com o bem-estar prolongado dos consumidores, do cliente, já é uma realidade. O problema é mais aparente nos hospitais públicos. O paciente desses estabelecimentos não é considerado um cliente pelos laboratórios, pelas empresas produtoras de materiais hospitalares ou pela própria instituição hospitalar. Certamente porque, neste caso, o cliente não é o paciente, e sim o governo que paga as contas e que, por pagar muito menos, não merece consideração. Com a maior conscientização dos seus direitos, a sociedade passou a cobrar desse governo, através de fóruns, conferências, debates etc., um atendimento de qualidade em seus hospitais. Não basta ter a melhor tecnologia e equipes de alto padrão. Não bastam arquitetura avançada e paredes coloridas, se o cliente, o paciente, continuar a ser apenas uma doença.
Em 200l, atendendo a esse chamado, e baseado em todos esses debates, o governo, através de Medida Provisória, instituiu o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), projeto de humanização da atenção e da gestão em saúde, que passou a ser uma política nacional e recebeu a denominação de HumanizaSUS em 2003.

O que seria humanização hospitalar?

Humanizar não diz respeito apenas ao trato do paciente. Refere-se também a todas as pessoas que entram em contato com ele: médicos, enfermeiros, atendentes, nutricionistas, pessoal do corpo administrativo, enfim, todos que fazem parte dessa grande comunidade que é o hospital. São pessoas que também foram afetadas por um enrijecimento que, através dos anos, imobilizaram perspectivas, sentimentos e emoções. A humanização hospitalar é um trabalho fundamental e necessário. Todos são elementos-chave de uma rede que perde a sustentação se algum deles falhar.

Qual é a filosofia da Associação Viva e Deixe Viver? O que ela faz em prol da humanização hospitalar? O que faz a associação?logo_humanizacao

Com a missão de promover entretenimento, cultura e informação educacional, através do estímulo à leitura e do brincar, a Associação Viva e Deixe Viver visa transformar a internação hospitalar de crianças e adolescentes em um momento mais alegre e agradável, contribuindo positivamente para o bem estar de seus familiares e equipe multidisciplinar. A palavra de ordem atualmente, em termos de saúde, é humanizar. Esta é uma afirmação aparentemente paradoxal porque saúde subentende cuidados e tratamentos. E cuidados e tratamentos significam atenção e dedicação. O que se verifica em grande parte dos hospitais, porém, não é isso. A origem deste problema talvez seja até cultural, uma forma de o médico se proteger das perdas que enfrentará. É um enrijecimento que começa já na faculdade, quando aprende a afastar suas emoções, em nome da objetividade dos estudos: uma doença não é uma pessoa, não devemos gostar dela. Como defensores do processo da humanização hospitalar, sabemos que somos atores de grandes mudanças que estão a caminho. Todas elas se voltam para o resgate dos valores que se perderam ao longo do tempo: dignidade, respeito pelo outro, solidariedade, amizade, cooperação, paz, amor ao próximo e à vida. É disso que trata um hospital: a vida, em sua dimensão maior.

Entrevista original completa acesse: http://portaldovoluntario.org.br/blogs/46277/posts/397

Marcelo Mendonça

QUINTALHAÇA É DIA DE ENTREVISTALHAÇA

Milú Vilela

Ela é um dos nomes mais fortes, do Brasil e do mundo, em termos de conhecimento em voluntariado. Foi convidada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para representar o Brasil durante a 57ª sessão da Assembléia Geral da ONU. E não parou por aí: Milú foi escolhida para abrir a reunião, numa das raras vezes em que um membro da sociedade civil é convidado a participar de um encontro como este. O motivo de tanto prestígio? Milú Vilela mostrou a força do Brasil, em 2001 – “Ano Internacional do Voluntariado”, quando o número de voluntários no país pulou de 20 milhões para 30 milhões. Milú explica como começou sua paixão pelo tema, e fala, também, sobre as perspectivas do crescimento da participação da comunidade em ações sociais. Confira seus pensamentos e idéias na entrevista abaixo:

Como surgiu o seu envolvimento com o voluntariado?

Comecei o trabalho na área social ainda na infância. Minha avó dirigia uma casa de apoio a crianças filhas de mães solteiras. Numa época em que as mulheres eram donas de casa, minha avó saía logo cedo e dedicava o dia a uma causa social. Isso marcou muito minha infância e, desde então, venho tentando multiplicar esse exemplo, mostrando ao maior número de pessoas que a participação de cada um de nós é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Qual a sua avaliação sobre a importância da participação do Brasil no Ano Internacional do Voluntário?

O Ano Internacional do Voluntário foi um marco ao motivar a ação de milhões de brasileiros. O Brasil revelou grande disposição para o voluntariado, a ponto de a ONU o considerar um exemplo para o mundo. Por conta dessa mobilização, houve um amadurecimento tanto na postura e na participação do cidadão voluntário, quanto nas instituições sociais, que receberam essa energia transformadora. O reconhecimento ao Faça Parte foi tamanho, que em novembro do ano passado, fui convidada a apresentar um relatório de avaliação do Ano Internacional do Voluntariado e uma proposta de continuidade das ações do Ano Internacional na ONU. O trabalho voluntário foi considerado estratégico para o desenvolvimento social.

Como foi a experiência de participar e representar o Brasil durante a Assembléia Geral das Nações Unidas, no ano passado?

É sempre bom quando recebemos o reconhecimento pelo resultado de nossas ações. Nesta ocasião, senti um orgulho muito grande pelo fato do Brasil ter sido considerado o país onde o Ano Internacional do Voluntário teve maior repercussão. Foi uma ótima oportunidade de mostrar a todo o mundo o lado bom do nosso país, fiquei muito emocionada.

De que maneira é possível integrar o universo da arte e da cultura ao mundo da Responsabilidade Social? Já existe algum projeto sendo desenvolvido, neste sentido, dentro do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do qual a senhora é presidente?

Tanto o MAM quanto o Itaú Cultural desenvolvem trabalhos de cunho social. Temos um trabalho muito bonito de AÇÃO EDUCATIVA. A ação educativa traz as escolas públicas que não têm acesso às exposições de arte. A dobradinha arte-educação é fundamental para envolver professores e alunos em atividades escolares, sem prejuízo algum do conteúdo curricular. A arte desperta qualidades muitas vezes desconhecidas nos alunos. Quando o professor utiliza a arte como complemento ou ilustração para sua explicação, os alunos aprendem e assimilam melhor os conceitos escolares. A arte funciona como estímulo para o ensino e é um combustível extraordinário para estimular a reflexão sobre o mundo que nos rodeia.

Fonte: www.responsabilidadesocial.com/article/article_view.php?id=128

Marcelo Mendonça

APRESENTAÇÃO DA EDITORIA ENTREVISTALHAÇA

Tenho a honra de apresentar a  vocês a editoria…

ENTREVISTALHAÇA

Tem muita gente nesse mundão afora fazendo o bem para o próximo de um jeitinho todo especial e quase nunca ficamos sabendo. Mas isso mudará a partir de agora!!!

O Blog do Presente abre-alas a esses seres maravilhosos e cede espaço para que um pouquinho dessa mágica seja apresentada aqui.

Neste lugarzinho especial que batizamos de Entrevistalhaça, vocês vão poder acompanhar a cada semana, histórias, informações e muito conhecimento de alguns seres tão maravilhosos como todos os palhaços dessa ONG fantástica.

A cada semana, seremos apresentados a pessoas que ao seu modo, conseguem fazer a diferença para aqueles que precisam de atenção e criar uma identidade com atividades voluntárias. Assim como o Presente de Alegria, há muita gente ajudando a escrever lindas histórias que estão por ai e trarei até vocês sempre com um tema ligado aos Presentalhaços. Como não poderia deixar de ser, sempre que possível eu mesmo farei algumas entrevistas com algumas pessoas que atuem em trabalhos que priorizem o aprendizado e o bem-estar daqueles que precisam.

Caso tenham sugestões sobre alguém que valha a pena estar nessa coluna mostrando seu trabalho, falem conosco. A opinião de vocês será sempre bem-vinda e com muita honra essa coluna começa com a mulher que representa bem o significado de ser voluntário no Brasil. Pessoas queridas, com vocês, entrevistalhaça com Milú Vilela!!!

Marcelo Mendonça

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer” Graciliano Ramos

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